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No Habitat de uma Introvertida

Aqui partilho com o mundo tudo o que me inspira e faz parte da minha vida criativa. E se és introvertido/a é provável que aqui te sintas em casa. "I have no special talents. I am only passionately curious." - Albert Einstein

No Habitat de uma Introvertida

Aqui partilho com o mundo tudo o que me inspira e faz parte da minha vida criativa. E se és introvertido/a é provável que aqui te sintas em casa. "I have no special talents. I am only passionately curious." - Albert Einstein

Seg | 25.06.18

Minimalismo: mais do que reduzir ao essencial... é VIVER mais do que é ESSENCIAL!

Sandra Sequeira

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No meu último post toquei, de maneira bastante pessoal, um tema que já está mais que "esmiuçado": o Minimalismo.

 

Tornou-se um tema muito popular, especialmente nos últimos dez anos.

 

O Minimalismo é um movimento que surgiu inicialmente nas artes e acabou por manifestar-se na vida das pessoas por necessidade de desaceleramento e fuga ao consumismo.

 

Nunca como agora tivemos tanto acesso às coisas e nunca como agora fomos tão "agressivamente" impulsionados a adquirir coisas, ou "levados a pensar" que precisamos delas.

 

Mas o Minimalismo tornou-se "moda" e muitas vezes o verdadeiro conceito/objetivo perde-se.

 

O que mais se vê no instagram são espaços imaculadamente brancos, limpos, arrumados, com uma cadeira, um tapete e uma planta... et voilá!

 

"Diz que é" uma espécie Minimalismo instantâneo.

 

E, muito embora eu me sinta atraída por tal simplicidade e beleza estética, sejamos realistas: Não é prático! Especialmente se não vives sozinho/a...

 

E Minimalisto é muito mais que uma imagem imaculada, um espaço sempre arrumado, ou deitar coisas fora.

 

Para mim, minimalismo é uma forma de chegar a um objetivo: VIVER mais do que é ESSENCIAL.

 

Fazer mais do que gosto e me realiza como pessoa todos os dias. Dar a minha atenção plena às coisas que acrescentam mais significado e valor à minha vida.

 

E isto é diferente para cada um de nós. 

 

Não existe uma fórmula exata nem um processo certo no Minimalismo. E os objetivos de cada um serão sempre diferentes.

 

Comigo começou de forma muito subtil.

 

Descobri, por acaso, o conceito de Capsule Wardrobe e fiquei cativada com a ideia de simplificar o processo de escolher o que vestir. Então comecei aos poucos a fazer mudanças. Doei e deitei fora peças que já não me serviam ou que eu simplesmente não usava e mantive só as que peças de facto gostava e encaixavam no meu estilo e que "jogavam" umas com as outras, de forma a aproveitar ao máximo o que tinha em vez de comprar por impulso algo que depois nem lhe dava tanto uso assim.

 

Ao longo do tempo fui percebendo que o facto de me obrigar a fazer escolhas conscientes, além de me facilitar a vida, simplificava o meu dia a dia e isso acaba por dar alguma clareza/leveza à tua mente, que não se vê tão "assoberbada" com tantas opções (tanta roupa no guarda-fato e nada para vestir...).

 

O "bichinho instalou-se" e percebi que podia fazer o mesmo em relação à casa e a sede de aprender mais sobre o Minimalismo foi sendo cada vez maior e eu ía percebendo como podia, a pouco e pouco, simplificar e livrar-me de coisas que passava um ano e dois sem eu nunca precisar realmente delas.

 

Uma gaveta aqui, um armário ali...

 

E nem que fosse o Universo a dar-me mais do que eu procurava (por grandes e loucos acasos da vida) acabei mesmo por chegar ao extremo de "livrar-me" da casa!

 

Por favor, não tentem isto nas vossas casas, ok?... Há casos complexos e o meu foi um deles; além de que eu tive um ano para pensar se era mesmo isto que eu queria fazer. Por questões práticas e escolha de lifestyle, foi a decisão certa, neste momento, mas são decisões muito importantes e temos que estar plenamente conscientes dos prós e contras que uma decisão dessas implica.

 

E o que noto agora é que esta onda do Minimalismo não só se aplica às coisas, mas também se aplica às relações e à forma como passas o tempo.

 

Não há nada mais valioso do que o nosso tempo, porque esse é o bem que (garantidamente) vai ficando mais curto a cada dia que passa e o Minimalismo pode ajudar-te a valorizares e utilizares bem o teu tempo, em função do que tu és e gostas de ser e não daquilo que os outros acham que és ou deverias ser.

 

Só que, para fazer isso, há que tirar muitas distrações do caminho... e dizer muitos nãos.

 

E dizer não é chato; dizer não fica mal; dizer não custa (especialmente se és aquele tipo de pessoa que não gosta de "desagradar").

 

Mas se queres viver mais do que te faz sentir tu próprio/a e se queres tirar o máximo proveito da vida, não há muita volta a dar...

 

O NÃO é a ferramenta que te vai levar a teres o tempo e o espaço para canalizares a tua atenção no que, de facto, te faz sentir bem.

 

Podes sempre conformar-te...

 

Com aquela relação que já não funciona como dantes; com as constantes queixas e negatividade de um familiar; com um emprego que põe o teu espírito miseravelmente triste e "doente"; com um amigo cujos interesses e temas de conversa já não encaixam nos teus; com uma casa num sítio diferente do que querias estar; ou com um bibelô que te deram pelo Natal e que só não metes fora porque te irias sentir mal e que acabas por fechar num armário para não teres de o ver.

 

Se tiveres a sorte de, no fim da tua vida, poderes ter alguns minutos para contemplar o que foi a tua passagem por este planeta, será que te vais sentir aliviado/a por teres guardado aquele bibelô só porque te foi oferecido?...

 

Será que vais sentir-te feliz por teres vivido sempre no mesmo sítio embora desejasses ter experimentado viver noutro lugar?...

 

Será que vais pensar que valeu a pena viver tantos anos com alguém só pelo comodismo?...

 

Acho que vale a pena pensar nisto.

 

E fazer escolhas.

 

E DIZER NÃO a uma coisa ou outra, ou a uma pessoa ou muitas!

 

Talvez tenhas de abandonar alguns grupos, alguns hobbies que já não te dêem tanto prazer e criar novas rotinas no teu dia-a-dia...

 

E podes não precisar de fazer isso e viveres feliz exatamente como estás. Perfeito!

 

Não tens de reduzir em nada. E podes reduzir apenas no que tu achares que vai funcionar para ti. É essa a beleza e praticidade do Minimalismo.

 

Eu não sou como o Fumio Sasaki, Autor do livro Adeus, Coisas, que arrumou com quase tudo o que tinha e vive num pequeno apartamento só com 3 artigos de mobiliário.

 

Nop.

 

Esta pessoa acha que ter seis almofadas na cama é perfeitamente aceitável, embora possa parecer um excesso do caraças para outra pessoa.

 

Esta pessoa gosta de livros, gosta de plantas, gosta de velas aromáticas e agora até anda com a "pancada" dos cristais.

 

Nem no Minimalismo eu sou perfeita, mas esse não é mesmo o objetivo.

 

A tua vida pode parecer completamente torcida e até desfocada para outra pessoa, mas se é mais simples, feliz, cheia de significado e verdadeira para ti, então orgulha-te de ela ser exatamente como tu queres que ela seja.

 

YOU DO YOU! ;) 

 

 

Imagem: No Habitat de uma Introvertida

 

Seg | 18.06.18

Adeus, coisas...

Sandra Sequeira

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 Se pensam que um/a introvertido/a é aborrecido/a, tirem já isso da cabeça. Nós somos até bastante "loucos", às vezes...

 

Esta semana será uma semana marcante na minha vida, por algo que pode ser considerado por muitos uma "grandessíssima asneira"!

 

É a semana em que digo o último adeus a uma grande e bonita casa que ajudei a pensar, a construir (com muita ajuda de familiares e amigos) e da qual disfrutei pouco mais de 4 anos.

 

Foi um sonho tornado realidade, especialmente porque os meus pais nunca tiveram casa própria. 

 

Contudo, quando saí de casa, para viver com o meu namorado, a minha ideia era viver num apartamento.

 

Não sei porquê mas, desde cedo, soube que não me iria casar, que não teria filhos e que viveria num apartamento. Era assim que eu me imaginava no futuro, que é o AGORA (curiosamente sempre me imaginei nos meus trintas... quando a maioria das pessoas pensa é nos dezoito...).

 

Contudo, nós, pela vida fora, vamos fazendo algumas cedências, porque isso faz parte de uma vivência a dois. 

 

E, onde vivo, o padrão é preferir pagar uma casa à Banca a vida toda do que pagar a um senhorio.

 

Eu sempre fui uma "pequena" muito pouco tradicional nas minhas escolhas, mas também sempre fiz mais cedências do que devia...

 

Este foi um desses casos. Acabei por ceder à vontade da outra parte, em comprar uma casa de família, para fazer obras e lá viver, mediante uma prestação paga ao Banco até à reforma (ou talvez ainda além).

 

E confesso que me apaixonei por ela (apesar de não ser completamente ao meu gosto, porque havia um orçamento a respeitar) e fui feliz lá.

 

Na primeira noite que lá fiquei, foi como se tivesse concretizado o sonho da "menina" de 12 anos, que achava a coisa mais inatingível da vida ter uma casa própria tão grande e bonita! 

 

Foi o realizar de um grande desejo, pedido tantas e tantas vezes, por essa "menina"!!!

 

Entretanto, a vida acontece. A rotina instala-se. As coisas acumulam-se nas casas e em nós, sem que nos apercebamos. Quando percebemos, já "perdemos o pé em águas profundas" de acomodação e até mesmo descontentamento.

 

Perto dos 11 anos de vida em comum, atravessámos a nossa grande crise conjugal (aquele que parecia o casal perfeito), o que me fez sair de casa e ir viver para um apartamento, alugado, que cabe todo na minha antiga sala.

 

Convencidos de que a nossa jornada juntos tinha acabado, começamos a tratar de todas as pequenas coisas chatas que implica uma separação, com a facilidade de não sermos casados, mas com a dificuldade de termos um imóvel juntos.

 

Decidimos vender a casa; acordos foram assinados; pessoas foram ver a casa...

 

E entretanto, o que parecia perdido na relação, voltou à tona e acabámos por decidir que valia a pena dar-nos uma nova oportunidade.

 

A peça que falta deste puzzle é que eu, havia já algum tempo, tinha-me interessado pelo, hoje tão popular, Minimalismo. 

 

Tinha começado pelo meu guarda-roupa e estava muito satisfeita com a mudança. Livrei-me de tudo o que não me ficava bem, nem refletia o meu estilo e deixei de perder tanto tempo de manhã a decidir o que ía vestir.

 

Mas mal sabia eu que havia ainda muitas mudanças bem mais importantes por fazer!...

 

Acabei por sair mesmo de casa e apaixonei-me completamente pelo meu novo espaço tão pequeno quanto prático, com porta e persiana do meu quarto para o pátio onde hoje tenho as minhas plantas e onde adoro ler, fazer ponto de cruz e tomar o meu café e os meus chás.

 

A verdade é que me aproveitei desta grande crise para voltar a "abrir as minhas asas" por completo e ser tão EU quanto me era possível, sem quaisquer cedências. 

 

Passado um ano e depois de muitas coisas doadas, outras metidas no lixo e outras até queimadas, sinto uma liberdade difícil de explicar.

 

Isto até ter lido o livro Adeus, coisas de Fumio Sasaki. O que o levou ao Minimalismo foi bastante diferente do que me levou a mim, mas os resultados acabam por ser os mesmos.

 

Ler este livro tranquilizou-me e fez-me perceber que não sou louca. Apesar do que a minha família e alguns amigos possam pensar... 

 

É que isto de trocar uma casa própria por um apartamento alugado suscita alguns "levantares de sobrolhos" e muitos "abanares de cabeças".

 

Costumo ir visitar quase todos os dias a minha avó ao Lar de Idosos, para onde ela foi em finais de Outubro do ano passado e, apesar de ela estar muito bem conformada e até estar com muita mais boa disposição do que quando estava em casa, algumas vezes a ouço dizer que trabalhou tanto para agora nem sequer estar na sua casa.

 

Mas ainda assim, este Sábado, quando lhe disse que esta semana seria a Escritura da venda da minha casa, a cara dela encheu-se de pesar e perguntou-me se eu não queria uma casa grande, porque fui fazê-la assim para agora a vender...

 

Cá para mim, pensei: Avó, eu nunca a devia feito, porque eu sabia que queria outra coisa!... 

 

Tive um ano para pensar no assunto e arrepender-me. Mas quando os nossos olhos se abrem, já não temos maneira de os fechar.

 

Podem chamar-me louca, mas acho que louco é quem se apega tanto às coisas para depois nem as conseguir gozar. 

 

Porquê ter uma casa própria se nem temos a quem a deixar?

 

Será assim tão descabido dar o nosso dinheiro a um senhorio que vive na mesma Vila que nós, onde tem os seus filhos e os netos?

 

Será assim tão normal darmos o nosso dinheiro para que alguns ricos fiquem ainda mais ricos na grande capital do país?

 

Tudo é uma questão de como queremos levar a vida e que pegada queremos deixar no mundo.

 

Eu não faço qualquer questão de deixar qualquer pegada que não seja o ter feito alguém sentir-se bem na minha companhia. Apenas isso.

 

Acredito que existem muitos mais minimalistas por aí, que não precisam de uma casa própria para serem felizes.

 

O que falta é a coragem de o assumir e viver de uma forma fora do padrão tradicional!

 

Os outros, com facilidade, nos fazem sentir um "fracasso" por não termos tudo o que a Sociedade e o Marketing/Publicidade nos fazem crer que precisamos.

 

Eu vou contar-vos um segredo: nunca estive tão satisfeita com a vida como agora que tenho muito menos.

 

Sabem aquela máxima de que MENOS É MAIS? 

 

É mais tempo livre, é mais dinheiro para gastar em experiências, como viajar por exemplo... Nunca conseguia poupar para ir a lado nenhum e este ano já tenho passagens e estadia reservadas para as minhas férias.

 

É menos stress, menos o IMI, menos as pequenas reparações, menos tempo passado a limpar e mais tempo passado a VIVER!

 

A realidade é que vimos ao mundo sem nada e sem nada "à fonte regressamos". 

 

A realidade é que a maioria de nós anda numa ilusão de posse quando, de facto, nada é nosso.

 

Estamos aqui de passagem!!!

 

Chamem-me de louca, mas acho que loucura é querer colocar a felicidade nas coisas, quando a felicidade é uma coisa simples, que vive em nós e na forma como vemos a vida e a vivemos. 

 

Para mim, Minimalismo é ter apenas o necessário para ter conforto e rodear-nos apenas das coisas que adoramos e do que nos faz ter a melhor experiência possível no Presente, como por exemplo, beber o meu café da manhã na minha pequena mesa de pátio, com este livro, que recomendo vivamente, a qualquer pessoa que está a começar a interessar-se pelo Minimalismo, ou mesmo por quem já está há algum tempo nesse caminho, para que saibam que não são loucos!

 

Chegou a hora de dizer Adeus, coisas...

 

Se custa?... Sim.

 

Se nestes últimos 12 meses sofri com a dúvida? Sim.

 

Mas se quiser ser honesta, sou grata por ter conseguido realizar o sonho daquela "menina" de 12 anos, mas a "menina" cresceu e com ela cresceu uma outra consciência.

 

Estamos demasiado programados para "ter coisas", mas a verdade é que só depois de termos a coragem de as abandonar é que nos encontramos a nós próprios verdadeiramente, sem pudores e com uma nova paixão pela vida.

 

 

Imagem: No Habitat de uma Introvertida

 

Seg | 11.06.18

Os estranhos dilemas de um/a introvertido/a

Sandra Sequeira

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Depois de dois meses e quase meio de blog, eis que se instalou o primeiro bloqueio de inspiração! 

 

Acho que se deve ao facto de andar com demasiadas ocupações do dia a dia nas últimas semanas. 

 

Mas, entretanto, comecei a pensar nas coisas mais estranhas e estúpidas que eu às vezes faço e o resultado é o que vem aí já a seguir.

 

So, come with me through this akward secret gate!

 

A mente de um introvertido pode ser muito estranha em certas situações.

 

Claro que depende do teu grau de introversão... Comigo varia bastante.

 

Há fases em que estou em perfeita harmonia com as pessoas, outras em que me questiono se, de facto, pertenço a esta espécie!

 

Uma das situações em sinto a desconecção em toda a sua plenitude é, por exemplo, quando vou acompanhar alguém que me é próximo a um jantar, com um grande grupo de pessoas, com quem costumo estar poucas vezes.

 

Tudo a correr bem, depois daquela fase da chegada em que estás tentar percecionar o ambiente... sentas-te... dizem "umas graças"... a comida chega... a comida é boa... mais um brinde...

 

Entretanto, estás ali, com o copo na mão, virada para o lado esquerdo e, de repente, estão a falar de futebol. Tentas agarrar-te à ideía que gostavas do Benfica quando tinhas 13 anos, mas entretanto a coisa torna-se demasiado técnica e desistes.

 

Dissimuladamente, viraste para o lado direito estão a falar das novelas da TVI. Tomas mais um gole de vinho, já que não fazes idéia de quem é a Teresa que disse ao João que afinal não é pai do Matias que é filho do irmão dele mas ele também não sabe...

 

Olhas para a tua frente e estão a falar de motores de barcos a 4 tempos (cri, cri, cri, cri...).

 

I mean... where do we go from here?...

 

É neste ponto que começamos a falar connosco próprios na nossa cabeça e a imaginar que estamos numa praia da Polinésia Francesa, num bikini branco com folhinhos de renda, com um chapéu de palha de aba larga, a beber um cocktail com palhinha cor de rosa (enfeitado com uma sombrinha e uma rodela de limão), numa cama de rede, debaixo de um coqueiro.

 

Ou simplesmente começas a ficar interiormente aborrecido/a, por estar a desperdiçar tempo precioso que podias estar a utilizar a fazer tantas outras coisas mais interessantes em casa...

 

Esta é uma situação perfeitamente normal na vida de um introvertido e perfeitamente aceitável no âmbito do comportamento porque, basta estares a olhar para algum desses grupos, ninguém imagina onde raio tu andas.

 

Há uma outra situação que já não podemos dizer o mesmo...

 

Esta é um bocadinho grave. 

 

É porque a pessoa pensa que é ilusionista e acha que é capaz de fazer o truque da invisibilidade... só que não!

 

Há aqueles dias em que a introversão é mais do que simples introversão.

 

Há dias em que é um caso muito chato de ansiedade social (ressalvo que isto não acontece com todos os introvertidos). 

 

É normal termos ansiedade se vamos fazer algum discurso ou ir a uma entrevista de emprego... mas a ansiedade social pode manifestar-se nas situações mais comuns do dia a dia.

 

E eu tenho perfeita noção de que o meu comportamento nessas situações é perfeitamente irracional mas, no momento eu não as consigo evitar e depois sinto-me pessimamente pela minha atitude.

 

É, por exemplo, se estás numa loja de roupa a tentar escolher um presente para alguém e vês uma pessoa conhecida e pura e simplesmente finges que não a viste.

 

Desvias rapidamente o olhar e passas peça por peça, até chegar a outro corredor, já completamente desconcentrada do que precisas comprar, na vã esperança que a força do pensamento te torne invisível, ou te transforme numa turista alemã.

 

Fizeste-o porque te achas melhor que aquela pessoa?

 

Não.

 

Porque lhe deves dinheiro?

 

Não.

 

Porque ela é chata?

 

Não.

 

Pura e simplesmente não estás no dia de lidar com pessoas! 

 

A tua frequência vibracional está tão low que tu nem tens energia para sorrir e dizer um simples: "Olá, como está?"

 

Resultado: Passas por ser a pessoa mais snob e convencida que já conheceram.

 

Outra situação do género é ires a pé por uma rua e veres um grupo de pessoas que até talvez te conheçam ou não, mas imaginas que possam ter alguma pergunta para te fazer e tu, automaticamente, entras em modo backwards, para seguires por uma rua diferente, para não teres de passar por ali, mesmo que já seja tarde e te tenham visto.

 

OMG... What a freak!!!

 

Ou simplesmente vês-te obrigado/a a ir ao mercado comprar pão e nem olhas para ninguém porque só queres pegar no que precisas, pagar e esperar que ninguém te veja. É um desejo irracional de invisibilidade.

 

É que tu quase te convences de que és capaz de ser bem sucedido/a nesse truque, mas apenas passas por snob mesmo.

 

Ser introvertido/a não é ser anti-social...

 

Mas eu devo admitir, que às vezes, sou mesmo um bicho-do-mato!!!

 

 

Imagem: No Habitat de uma Introvertida

 

Sex | 08.06.18

2ª e 3ª Nomeações para o Sunshine Blogger Award

Sandra Sequeira

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Introvertido(a)s e extrovertido(a)s da minha vida, tenho a dizer que, no final do mês passado, tive mais duas nomeações para o Sunshine Blogger Award!

 

E peço imensa desculpa às cinco meninas, que consideraram que o Habitat de uma Introvertida merecia mais este miminho, por só agora responder mas, além do meu trabalho das 09h00 às 18h00, aqui a Introvertida toca clarinete numa Banda Filarmónica e entre ensaios e atuações, as últimas semanas têm sido intensivas... 

 

Em primeiro lugar, quero expressar a minha enorme gratidão pelas nomeações feitas pela querida introvertida Joana Nunes do blog Panemic Books. Se gostam de livros, é este o blog a seguir! Mais que recomendo!!! Inclusive podem já lá ver um vlog da Feira do Livro de Lisboa que se realizou no final de Maio. Quem me dera ter estado lá!!!!!!!!!!!!! Mas esteve a Joana e trouxe a Feira até nós! Thank you so much :D 

 

e pelas 4 meninas do blog HUCILLUC, Aqui e Ali – Liga-nos ao que nos rodeia. São 4 amigas que criaram este blog para partilhar experências, dar a conhecer locais e eventos que acontecem aqui e ali, apresentar perspectivas diferentes para temas diversos, criando oportunidades de evasão da rotina diária para quem gosta de vivenciar experiências em equilíbrio pessoal e ambiental. Passem por lá para apreciarem os pequenos tesouros que elas têm descoberto ;) 

 

O Sunshine Blogger Award implica:

  • Agradecer ao/à blogger;
  • Responder às 11 perguntas;
  • Nomear 11 bloggers a quem colocar 11 questões;
  • inserir o logotipo no post.

Então aqui ficam as minhas respostas :) 

 

Perguntas da Joana Nunes do blog Panemic Books:

 

1 - Qual foi a tua maior motivação para criar um blog?

Foi mesmo adorar escrever... tanto que sentia uma grande necessidade de o partilhar!

 

2 - Que tipo de conteúdos costumas apreciar mais quando visitas outros blogs?

Sou bastante eclética!!! Adoro blogs sobre livros; sobre pessoas (o que vivem e sentem); sobre produtos (é uma maneira de conhecermos melhor antes de gastarmos euros); sobre decoração; gastronomia...

 

3 - E quais são os que mais gostas de criar?

Confesso que quando comecei não sabia bem o que ía nascer daqui ao certo (tenho muitas paixões), mas tenho acabado por centrar-me mais na introversão (surprise, surprise), criatividade e desenvolvimento pessoal.

 

4 - Consideras que dedicas tempo suficiente ao teu blog ou gostarias de lhe poder dedicar mais tempo?

Adoraria poder dedicar mais tempo, mas com trabalho a tempo inteiro e com compromissos que tenho com outras instituições, um post por semana é o máximo que consigo neste momento e mais um extra ou outro mais simples...

 

5 - O que é que te inspira na vida e qual o reflexo disso nos conteúdos que escreves?

As pessoas, os sentimentos, a arte, o pôr do sol, a lua, o mar... a tristeza também costuma deixar-me inspiradíssima!... A criação deste blog deu-me uma estranha liberdade e à vontade para partilhar mais de mim, sendo a introversão algo que me é muito intrínseco, tenho acabado por revelar muito dessa mesma faceta.

 

6 - O que é que te faz realmente feliz?

Um jantar em casa com as pessoas que gosto; um jogo às cartas com essas pessoas; estar ao pé do mar a ver o pôr do sol; estar no meu pátio rodeada das minhas plantas, os meus livros e os meus materiais todos do Ponto de Cruz.

 

7 - Se houvesse uma máquina do tempo, o que é que gostavas de mudar?

Há muitas coisas que gostaria de mudar, mas depois de ver o filme The Butterfly Effect, acho que é melhor estar quieta!!! :P 

 

8 - Qual era a primeira pessoa que irias procurar, caso sobrevivesses ao Apocalipse?

A minha irmã. 

 

9 - Que autor seria perfeito para escrever um livro sobre a tua vida?

Mark Manson; seria de certeza um livro hilariante :D 

 

10 -  Como leitora, do que é que mais gostas em relação a ler?

Sou uma verdadeira DEVORADORA de livros de Desenvolvimento Pessoal. É um vício!!! Estou sempre com uma "sede medonha" de crescimento. Em relação a ficção, o mais fascinante para mim é poder evadir-me e sentir-me noutros lugares, noutras vidas!

 

11 - Conta-nos três coisas aleatórias sobre ti.

Sou uma coffee and cat lover (I just can´t help myself...);

Sempre senti que ter filhos não fazia parte da minha missão (pelo menos nesta encarnação);

No ano passado troquei uma grande e linda casa por um apartamento do tamanho da minha antiga sala (Talking about hardcore minimalism!!!...).

 

Perguntas do blog HUCILLUC, Aqui e Ali – Liga-nos ao que nos rodeia:

 

1 - Qual o conceito e o segmento do seu blog?

Embora inicialmente não tivesse puramente esse objetivo (apesar do nome), tenho centrado os conteúdos muito no segmento da introversão e de transmitir que é perfeitamente normal ser introvertido, com todas as particularidades que isso implica.

 

2 - O seu blog é um projeto pessoal, profissional ou ambos, o que o motivou na criação de um Blog?

O meu blog é um projecto exclusivamente pessoal e nasceu apenas da minha necessidade de escrever...

 

3 - Qual o público alvo do seu blog e os seus comportamentos?

Sinto que pelo nome do próprio blog e por estar a abordar muito essa vertente, o meu público alvo tem vindo a definir-se e a crescer com a "tribo" dos introvertidos! 

 

4 - Fez algum investimento para ter o blog mais visível?

Não. Ainda pensei em criar o meu próprio domínio, mas acabei por não o fazer... Quis "molhar o pé" antes de "dar o mergulho" e, pelo menos por enquanto, estou bem assim. 

 

5 - Qual a coisa mais fantástica que lhe aconteceu enquanto bloguer?

Além de conhecer outras pessoas/blogues, sinto uma outra liberdade, depois que "abri as portas" da minha mente neste "Habitat"... Sinto-me MAIS EU e sem desculpas!

 

6 - Quais as vantagens, para si,  de estabelecer parcerias com outros bloguers?

Ainda sou novata e não tenho propriamente parcerias... Mas podem nascer projetos muito interessantes quando os conceitos se conjugam...

 

7 - Tem algumas preocupações ambientais?  O que faz no seu dia-a-dia, para reduzir o teu impacto ecológico?

Sim, sempre tive. Nunca suportei ver pessoas mandarem coisas para o chão e andarem sempre como se nada fosse! Aqui em casa faço a separação do lixo para reciclagem e desde há dois anos para cá entrei na onda do Minimalismo e só compro se realmente precisar ou se de facto adorar e fizer sentido na minha vida atual.

 

8 - Qual a sua viagem de sonho?

Visitar as Pirâmides no Egipto.

 

9 - Se tivesse de mudar de país para onde iria?

Dinamarca (o sítio mais Hygge do mundo :D )

 

10 - Qual o tipo de posts que mais gosta de ler nos outros blogs?

Sou bastante eclética!!! Adoro blogs sobre livros; sobre pessoas (o que vivem e sentem); sobre produtos (é uma maneira de conhecermos melhor antes de gastarmos euros); sobre decoração; gastronomia...

 

11 - Se pudesse mudar algo em si o que mudava? e na sociedade?

É a tal questão... gostava de mudar muita coisa mas, acredito que tudo acontece como tem de acontecer!

 

As minhas perguntas para os bloggers nomeados pelo Habitat de uma Introvertida:

 

1 - Hesitaste em criar e tornar o teu blog público? Porquê?

2 - O que mais te surpreendeu neste mundo da blogosfera até agora?

3 - O que é que te dá mais prazer em ser blogger?

4 - Cães ou gatos?

5 - Se pudesses ter uma hora de conversa com qualquer pessoa do mundo (sem barreiras linguísticas) com quem gostarias de passar esses 60 minutos e porquê?

6 - Qual foi a maior lição que a vida te deu até hoje?

7 - Se dinheiro não fosse questão e pudesses largar tudo e ir viver para outro lugar, para onde irias e porquê?

8 - Qual foi a maior alegria que tiveste na vida até hoje?

9 - Se tivesses o poder de mudar uma única coisa no mundo, o que mudarias e porquê?

10 - Qual é a tua cor preferida e o que é que ela te transmite?

11 - Consideras-te introvertido/a ou extrovertido/a?

 

 

E os meus nomeados são

http://www.lifeofcherry.pt/

https://uma-pagina-e-meia.blogspot.com/

https://joanarito.blogspot.com/

https://be-healthy.blogs.sapo.pt/

https://abpmartinsdreamwithme.blogspot.com/

http://mulherxl.pt/

https://sobomeuolhar7.blogspot.com/?m=1

http://photographandread.com/

https://ilikeflowers.blogs.sapo.pt/

https://liliumdolcefarniente.blogspot.com/

https://www.bycarolina.pt/

 

Adorava ver as vossas respostas, mas no hard feelings se não puderem responder ou se este tipo de posts não se enquadrem na vossa dinâmica de publicações.

 

Saibam apenas que me cruzei com vocês e que me inspiraram ou falaram de alguma coisa pela qual senti interesse! :) 

 

Que o fim-de-semana seja todo ele SUNSHINE!!!

 

Seg | 04.06.18

3 coisas que provocam um "revirar de olhos" num/a introvertido/a

Sandra Sequeira

REVIR.jpg

 

No post da semana passada revelei 3 coisas que os introvertidos adoram e, só para manter a balança equilibrada, hoje venho falar de coisas desagradáveis.

 

(Porr@, Sandra... é Segunda-feira... e vens falar de coisas desagradáveis... WTF???)

 

Well... Há que admitir o bom e o mau. So let´s do this!

 

 

Conversa fiada:

 

Se há coisa que um introvertido detesta é conversa fiada. Can we just not?...

 

Because that´s so freaking AKWARD!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

(And boring...)

 

Para quê estragar um maravilhoso momento de silêncio com "conversas da treta"?

 

E, para que não haja enganos, eu confesso que acabo por compactuar com estas situações... para não parecer "anti-social"... MAS PORQUÊ?...

 

Porque é que é sociavelmente normal falar do estado do tempo quando não se tem nada o que dizer?

 

Quem foi que se lembrou de nomear o estado climático como plano B de uma interação entre dois estranhos?

 

Porque é que não dizemos logo?: Sinta-se à vontade para não falar nada porque eu também não tenho nada de especial para dizer e não há necessidade nenhuma de nos sentirmos desconfortáveis (porque é isso que se está a passar na minha cabeça...).

 

Se não conhecemos aquela pessoa que, por qualquer motivo, está ali próxima de nós, é normal que não nos ocorra assunto, certo?...

 

Ou se, por outro lado, estamos mesmo, voluntariamente, a conhecer uma pessoa, com tanta coisa interessante para perguntar e partilhar, porque é que é tão difícil iniciar a conversa?...

 

Conhecer pessoas sempre foi bastante desconfortável para mim. E eu garantidamente não tomo essa iniciativa com facilidade!

 

Eu espero que o façam e depois, com um bocadinho de sorte, a conversa há-de fluir. Ou não!

 

Eu sempre sinto que não faço justiça à minha inteligência em discurso falado. Ou não me ocorrem as palavras, ou saem as palavras erradas, ou respondo a uma pergunta com um "obrigada"...  Tudo pode acontecer! 

 

 

 Telefonemas inesperados:

 

Cá está algo que, às vezes, até "me dá a volta ao estômago".

 

Imaginem comigo a seguinte cena:

 

Primeiro dia de férias; dez horas da manhã; tu; pijama; café; livro; mesa e cadeira de jardim; no pátio (com muros bem altos para ninguém te incomodar).

 

Isto tem tudo para ser O DIA PERFEITO.

 

When all of the sudden: um número que não conheces liga para o teu telemóvel.  

 

NNNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...

 

São segundos de verdadeira luta interna.

 

Quem raio será?... Atendo ou não atendo?...

 

Claro que não atendo!!! Não sei quem é e estou de férias.

 

Viras a folha do teu livro, dás mais um gole desse maravilhoso café que fizeste com toda a descontração e vagar e...

 

O mesmo número intermitente no visor do teu telemóvel.

 

Pronto. Assim se arruina um dia que se avizinhava maravilhoso. 

 

E continuo a deixar tocar...

 

E tocar...

 

E tocar...

 

Na dúvida se atendo ou não...

 

E só me vem uma questão à cabeça: MAS PORQUE RAIO É NÃO MANDAM UMA SIMPLES MENSAGEM???...

 

Entretanto o telemóvel pára de tocar, tu acabas o teu café, fechas o livro e depois ficas o dia todo a sentir-te mal por não teres atendido.

 

É como uma nuvem negra que fica a pairar por cima da tua cabeça...

 

 

Eventos Sociais:

 

Pesadelo dos pesadelos.

 

Uma coisa é um jantarinho entre amigos...

 

Outra coisa é um evento onde sabes que vai ter apenas conhecidos ou desconhecidos mesmo...

 

Ou eventos profissionais em que o teu desempenho está constantemente a ser observado...

 

MEDO!... MUITO MEDO!!!

 

Começa logo no dia em que é agendado. Mal cai no calendário, mesmo que não tenhamos nada pensado para esse dia, já é the worst thing ever!

 

Como se atrevem a "roubar-me" um dia de paz e tranquilidade, em que eu tenho liberdade para estar dentro da minha cabeça, sem qualquer espécie de obrigação com o mundo?

 

Têm noção do esforço que é preciso fazer?...

 

A faltar HORAS para o evento eu já acho que está quase e tenho de me preparar e é uma sensação de que já não dá para fazer mais nada.

 

A verdade é que já me estou a preparar mentalmente. A ansiedade instala-se. Nem com a roupa conseguimos acertar.

 

E, normalmente, acaba por não ser tão mau quanto pensávamos...

 

É um facto que eventos podem levar-te a conhecer pessoas que poderão vir a ser importantes na tua vida pessoal ou profissional... 

 

De um evento, pode surgir uma ideia interessante....

 

Podes mesmo acabar por ser elogiado/a pela tua performance/profissionalismo...

 

Mas a verdade é que é um alívio quando regressamos a casa!

 

É como se pudessemos respirar novamente.

 

Thank God it´s over!!!

 

Tribo dos introvertidos, confirmam? Têm outras situações que vos fazem revirar os olhos num movimento perfeito de rotação da Terra?

 

Contem-me tudo nos comentários abaixo! ;) 

 

 

Imagem: No Habitat de uma Introvertida