O conceito preferido de um(a) Introvertido(a): HYGGE

O frio finalmente chegou!!! 

A maioria das pessoas parece aborrecer-se com isso... not me!

Eu ADORO o Inverno!!!

I mean... mais uma boa desculpa para não sair de casa, certo?

E uma das coisas que um(a) Extrovertido(a) pode questionar é: "Mas que prazer tão grande tens tu em estar em casa?... Que é que fazes, afinal?"

Eu faço muitas coisas mas, podia muito bem responder: Hygge (diz-se Hooga)!

Este conceito tem estado muito na moda nos últimos anos e penso que já toda a gente sabe o que é mas, para alguém que ainda não saiba, Hygge é uma palavra Dinamarquesa que se refere à "arte de criar intimidade, ao conforto da alma, à ausência de aborrecimentos, o ter prazer com coisas apaziguantes, o convívio reconfortante e... chocolate à luz das velas." 

É o ter prazer nas pequenas coisas, numa atmosfera descontraída e reconfortante. "É a sensação de estar a salvo, escudados do mundo e de podermos baixar a guarda. Podermos ter uma conversa infindável sobre as pequenas ou as grandes coisas da vida - ou apenas estarmos à vontade na companhia silenciosa dos outros - ou ainda estarmos simplesmente sozinhos a apreciar um chá".

Cruzei-me com este conceito no Livro do Hygge - O Segredo Dinamarquês para Ser Feliz de Meik Wiking (Presidente do Hapiness Research Institute), há pouco mais de um ano atrás, e percebi que muitos dos meus pequenos prazeres e rituais são Hygge!

Já aplicava este conceito no meu dia-a-dia, ser saber que tudo isto tinha uma palavra. 

O Hygge tem muito a ver com o criar uma atmosfera agradável/confortável, com iluminação suave, texturas e pequenos prazeres.

Exemplo:

Chegar a casa depois do trabalho, meter água a correr na banheira, desligar o telemóvel, libertar o corpo das roupas e eventuais más energias do dia, tomar um belo banho quente com sais ou apenas sal grosso e uns galhinhos de lavanda, vestir o pijama mais confortável que temos, acendermos umas velas (desligar ou baixar ao mínimo as luzes artificiais), fazermos um capuccino na nossa caneca preferida, agarrarmos aquela caixinha de chocolates, pegarmos no nosso livro preferido do momento, numa manta e enroscarmo-nos no nosso sofá, com um enorme sentimento de gratidão por estarmos a ter esse momento de serenidade, livre de aborrecimentos (pelo menos utilizar esse momento para desligar dos chatos aborrecimentos do dia). 

A Felicidade é feita de pequenos momentos e não é preciso nada de especial. É muito mais o que fazemos com o que temos. 

Este é um exemplo de um ritual Hygge, mas Hygge também se trata de convívio. 

Inclusive duas páginas deste livro fazem referência ao Hygge como O convívio para introvertidos.

Temos a tendência para nos sentirmos esgotados com demasiados estímulos externos, mas é claro que gostamos de conviver com as pessoas que nos são especiais... 

Exemplo de um serão/convívio Hygge:

Convidar dois ou três amigos para fazerem uma maravilhosa comida caseira (again, a idéia é desligar telemóveis e estar no aqui e agora); partilhar tarefas e tempo de antena em igualdade e harmonia, sem dramatismos (política, futebol e religião é melhor deixar para outro dia) nem gabarolices (já gostamos uns dos outros exatamente como somos); apreciar essa bela refeição com um bom vinho, narrativas das coisas mais bonitas e malucas que já fizemos juntos e, depois de lavar e arrumar a louça, jogar um simples e descontraído jogo de cartas.

Devo dizer que há muito tempo que não faço um convívio destes... Escrever este post poderá inspirar-me a fazê-lo...(we´ll see).

O Hygge que faz parte do meu dia a dia tem mesmo muito a ver com o tentar criar uma atmosfera serena no meu cantinho, no meu refúgio.

É um conceito Dinamarquês, que faz parte da identidade nacional do país mas, eu, aqui, no meu cantinho açoriano, já o adotei como parte da minha própria identidade como pessoa e sim, como Introvertida também!

Adoro acender umas velas, o meu candeeiro de sal, o candeeiro de pé da sala e apagar as outras luzes todas (o Marinheiro lá de vez em quando reclama que entrar cá em casa dá a sensação de estarmos a entrar no Santuário de Fátima com aquele "cheirinho de vela queimada", mas eu finjo que não ouço nada...).

Adoro trazer a Natureza para casa (o meu centro de mesa neste Outono tem sido uma taça de vidro com umas folhas e flores que vieram parar à porta do meu "Habitat" - foto do post).

Adoro móveis de madeira (se pudesse, tinha soalho de madeira também).

Adoro livros (e já tenho tantos para ler, mas sempre falta algum na colecção...)!

Adoro cerâmica (não posso ver uma caneca de cerâmica bonita que imagino-a logo nos meus momentos Hygge, em casa ou no meu pátio...).

Adoro peças vintage (há qualquer coisa no mist de arte, história e fora do vulgar que me fascina)...

Adoro a sensação cozy de mantas e almofadas...

Tudo isso são coisas Hygge e, por isso, na verdade é muito fácil trazer esse conceito para o nosso dia-a-dia!

(Algo assim mega Hygge é uma lareira, mas isso nem todos podemos ter... Ai, "inveja branca" de quem tem!)

Hygge é inclusive comida e bebida de conforto...

Pode ser simplesmente fazer um bolo e sentir a cozinha impregnada com o aroma inebriante de uma coisa boa...

Pode ser um simples passeio ao final da tarde... (Sim, o Hygge também se vive no exterior... um simples pic-nic no campo ou uma fogueira à beira-mar!)

Pode ser o folhear de um álbum de fotografias enquanto se bebe um chá...

Ou o simples acto de calçar um bom par de peúgas de lã quando está frio.

Hygge é aquela sensação boa... No drama... Tranquilidade... Serenidade... Paz... e FELICIDADE!

Devo dizer que ler O Livro do Hygge foi uma verdadeira DELÍCIA e é perfeito para esta altura do ano (inclusive vou aproveitar para reler num dos meus momentos Hygge)!...

Quem sabe possam aproveitá-lo para algum dos vossos momentos Hygge, para saberem um pouco mais sobre este conceito maravilhoso que os dinamarqueses nos ensinam ;)

Se estiverem interessado(a)s, comprei o meu aqui.

E que se faça muito Hygge nas nossas vidas! :) 

Imagens: No Habitat de uma Introvertida