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No Habitat de uma Introvertida

Aqui partilho com o mundo tudo o que me inspira e faz parte da minha vida criativa. E se és introvertido/a é provável que aqui te sintas em casa. "I have no special talents. I am only passionately curious." - Albert Einstein

No Habitat de uma Introvertida

Aqui partilho com o mundo tudo o que me inspira e faz parte da minha vida criativa. E se és introvertido/a é provável que aqui te sintas em casa. "I have no special talents. I am only passionately curious." - Albert Einstein

Seg | 21.05.18

Talentos como cavalos de corrida...

Sandra Sequeira

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Eu já tinha começado a escrever um post completamente diferente para esta Segunda-feira, mas estou demasiado "cheia" de outro assunto.

 

É que há meses que eu não via televisão e acordei este Domingo com uma enxaqueca "das boas"! Com direito a enjoos matinais e tudo (nada de idéias, que é mesmo a minha "querida" enxaqueca).

 

Com a primeira dose de migrétil (se tens enxaquecas, experimenta pedir isto na farmácia; a maioria das vezes dá bons resultados; you´re welcome) logo às sete da manhã, voltei a meter-me na cama, a ver se a coisa acalmava e se ía conseguir cumprir com o meu dever do dia (tocar música com a minha banda filarmónica na coroação do Divino Espírito Santo). 

 

A coisa deu-se, mas não me livrei por completo da maldita dor de cabeça (I guess que ela queria mesmo dar-me a entender quem é que mandava...).

 

Voltei para casa, tomei mais uma dose de migrétil, enfiei-me no sofá e, dali a pouco, lá liguei a tv.

 

Estava a dar uma maratona de Casos Arquivados na Fox Crime. Até que um dos episódios mexeu-me aqui por dentro!

 

Era a história de um miúdo americano de 16 anos, no ano de 1984, que sonhava ser Bailarino.

 

Claro que isso era um problema naquela altura em que os rapazes se queriam ainda muito "machos" e as raparigas boas "donas de casa".

 

Guess what?... O rapaz acabou morto, pelas mãos de um membro da própria família (quase todo o episódio deu a entender que teria sido o pai que lhe tinha dado "umas a mais" para "endireitar" o rapaz e, no final, foi o irmão, por inveja, porque não conseguia ser tão bom atleta com o o irmão era bom na dança).

 

Dramas à parte, felizmente que em 2018 isto já seria um cenário perfeitamente ridículo (digo eu).

 

Mas eu não estou certa se os talentos de cada um são mesmo valorizados como deviam... Será que o são?

 

Alguns dos meus foram, outros nem tanto...

 

Por exemplo, os meus "dotes" musicais foram extremamente sobrevalorizados.

 

Eu sei que nunca serei uma executante de música extraordinária. Eu "desenrasco", but that´s it.

 

Fica aqui registada a minha confissão.

 

Sempre me interessei por música, sempre me fascinou, mas muito mais como ouvinte, para ser sincera. 

 

Aos 12 anos fui inscrita (sem meu conhecimento/consentimento) para aulas de música, para entrar na filarmónica da minha Freguesia (grande jogada dos meus pais, para que eu deixasse de ser um "bicho do mato"; e dou-lhes muitos créditos porque, de facto, ajudou-me bastante; very nicely done).

 

Esperneei, resmunguei, mas entretanto "o bicho instalou-se e montou residência".

 

Eu gostava de dar uns toquezitos no meu órgão/piano e na flauta, lá em casa, mas não estava a fazer conta de tocar numa banda, para toda a gente ouvir!!!

 

Por outro lado, com a escrita foi bem diferente... Aos 9 anos foi-me solicitado, e aos meus colegas, pela nossa professora da Escola Primária, escrever uma história.

 

Tratava-se de uma atividade com a participação de todas as escolas do meu Concelho, em que seriam atribuídas medalhas para os lugares de ouro, prata e bronze às 3 melhores histórias apresentadas.

 

Surprise of the surprises: Eu ganhei a medalha de bronze.

 

Ainda me lembro do quanto incrédula fiquei quando me disseram que a minha história tinha conseguido o 3º prémio!

 

Porque (não sei se todos os introvertidos são assim numa fase inicial de vida), mas eu sentia-me quase sempre uma "falhada" porque não sentia "encaixar-me bem no cenário"...

 

Mas ficou tudo por ali. Não houve incentivos no âmbito desse talento. Acabei por escrever sempre só para mim (até à era das redes sociais e blogues).

 

E não é que eu acredite que fosse ser nenhuma grande escritora, nem nada que se pareça, mas agora penso que foi uma pena esse talento não ter sido TÃO incentivado como a música o foi (talvez eu escrevesse hoje muito melhor... who knows?...).

 

E a questão é que às vezes farto-me da música (apenas como executante, digo), mas nunca me farto de escrever. E é aquela sensação de terem "apostado no cavalo errado"...

 

Quero, com esta história toda, dizer apenas o seguinte: APOSTEM NOS "CAVALOS" TODOS!!!

 

Não apostem neste ou naquele, só porque é mais "vistoso". Estejam ATENTOS! 

 

Todos os talentos devem ser explorados AO MÁXIMO. E pelo caminho é que vamos percebendo aqueles que nos são mais naturais e mais do que isso: aqueles que realmente são a nossa mais profunda paixão (por mais banal ou insignificante que seja).

 

Sinto que no post que fiz sobre a Criatividade, estava a bater nesta mesma tecla mas... Algo em mim GRITA para expôr isto again!

 

Porque, eu espero estar muito enganada (eu não sou mãe, por isso, não tenho conhecimento do outro lado), mas eu ainda acho que existem por aí muitos "cavalos amarrados".

 

Qualquer coisa me diz que ainda se fecham olhos a determinados talentos, sobrevalorizando coisas mais práticas...

 

 I know! Nem só de arte vive o homem... E perdoem a insistência, mas... EU INSISTO! :P 

 

 (Maybe now  I´ll rest my case!)

 

 

Imagem: Pixabay

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